Era um tanto quanto normal as pessoas se emocionarem na sua presença em sua época de príncipe, mas o homem te segurava na mesma intensidade que seu pai o fazia quando era vivo.
- Oh, desculpe-me a emoção… Eu quis tanto que esse encontro acontecesse!
- Perdoe-me. Quem é você? - Você questiona confuso.
- Sou Louis, muito prazer! - Ele ri enquanto fala. - Eu era um dos melhores amigos do seu pai antes de você nascer. Acredito que nossos nomes em comum não sejam uma mera coincidência!
- Meu pai nunca falou de você…
- Ah, seu pai… Vamos, vou te levar ao nosso lugar favorito!
Louis, aponta para a porta dos fundos da biblioteca. Mesmo com desconfiança, você aceita o convite e segue-o. Enquanto ele te leva através de muitas portas, Louis não para de falar. Ele relata todas as aventuras que ele e Bernard viveram quando eram crianças e adolescentes. Louis conta que conheceu seu pai quando criança num internato em Paris e que, desde então, eram completamente inseparáveis.
- Mas porque eu nunca te vi? - Você pergunta.
- Calma, meu querido xará! Chegarei a essa parte da história.
Tudo aquilo soa muito estranho. Nunca seu pai mencionara algum Louis, ou um grande amigo de infância. De qualquer forma, você deixou o homem continuar a sua longa história.
- Sinto muita falta dele e de sua mãe… Amber era muito especial.
Agora a história começou a ficar mais interessante, já que, finalmente, você encontrou alguém que conheceu sua mãe e que citou o nome dela em uma frase. Louis, então, abre uma última porta e vocês entram em uma enorme varanda de mármore. O pôr do sol reflete no piso branco que se torna alaranjado. A poeira ali deixa claro que o local é um grande esconderijo. Duas cadeiras de madeira simples encontram-se num canto, juntamente com dois copos e um cachimbo no chão. Uma garrafa vazia de whiskey está apoiada no batente. Louis a pega e dá risada. Parece que ele já esteve ali.
Você retorna a realidade da conversa e se lembra que Louis estava falando de sua mãe, então você pergunta:
- Você a conheceu? Amber?
- Mas é claro! Amber e Clarissa eram grudadas, ninguém as separava!
- Clarissa?
- Ah é, minha esposa! Amber vivia sempre em nossa casa na companhia de Clarissa. As duas pessoas mais diferentes e mais amigas que eu já conheci! Clarissa vive no mundo da lua, pisa leve, anda com os pés descalços e qualquer coisa pra ela está ótimo! Agora sua mãe… Aliás, muito parecida com uma menina que eu cruzei na saída. Os olhos azuis profundos, o cabelo loiro e a pisada pesada no chão.
Você está sem palavras. Ele está descrevendo sua mãe. Ele realmente a conheceu.
- Mas chega de falar de Amber… E você? O que anda fazendo por aqui, meu caro? - Louis pergunta.
- An… o mesmo de sempre. Estudando e tentando sobreviver na minha própria casa que agora se tornou um grande inferno. Mas, vem cá, estou achando estranho o fato de meu pai não ter me falado absolutamente nada sobre você. Logo a pessoa que deu origem ao meu nome!
- Ah Louis, seu pai é uma pessoa determinada naquilo que pensa. Em outras palavras… É um baita de um teimoso. Ele deve simplesmente ter comentado sobre mim em suas histórias, mas não dito meu nome! Ele não gostava de reviver as memórias relacionadas a Amber, não é mesmo?