Ao chegar no local, Mary sai do carro e o auxilia com sua cadeira de rodas. Você pede ao motorista algumas horas para permanecer na universidade e se direciona a entrada. Olhares de curiosidade, admiração e surpresa te alcançam. Você procura não olhar muito para os lados e seguir em frente. Ao subir a rampa lateral, você observa os inúmeros estudantes correndo de um lado para o outro. Alguns acompanhados, outros sozinhos. Uns parecem saber exatamente o que fazem, já outros aparentam estar extremamente perdidos.
É engraçado pensar que você não viveu isso e, provavelmente, nunca viverá. A pressa para chegar a uma aula. O medo de um professor quando ele aplica uma prova. As risadas nos corredores com seus amigos de faculdade. Tudo isso te soa extremamente distante.
Você está prestes a continuar seu caminho quando percebe que não tem a mínima ideia para qual lado ir. Então, observa um aluno loiro, miúdo e tímido te observar. Você se aproxima:
- Com licença, onde posso encontrar o departamento de Direito, por favor?
- Oh vossa majestade! - O menino se curva enquanto gagueja as palavras.
- Você não precisa se curvar, não sou seu rei. - Você fala e Mary te lança um olhar bravo.
- É pa-para lá - aponta o menino com a voz trêmula de nervosismo.
- Obrigado - você agradece.
- Por nada vo-vossa majestade - ele gagueja.
Você vira a cadeira em direção para o lado o qual o menino apontou. Entretanto escuta o mesmo falar com uma voz firme:
- Você é sim meu rei. Sempre será.
Você vira o rosto, lhe lança um sorriso e sai em direção ao local indicado.