Uma porta enorme com entalhes de madeira ergue-se diante de você e do grupo. Um arrepio percorre sua espinha e você suspira fundo.

- Tenebroso, né? - fala o menino ruivo.

Você ri com um nervosismo que não sabe a origem e bate na porta.

Ninguém responde.

- Tentamos né? - Mirna diz dando risada e se direcionando à saída do corredor.

- Não - você diz e bate na porta novamente.

Passos podem ser ouvidos do outro lado da parede. Eles se aproximam e a porta range ao abrir. Uma menina baixinha, jovem, loira e de olhos azuis abre a porta. Ela está de preto e sua feição estampa ódio e impaciência. Ela, obviamente, não é Elisa. Como uma menina de 20 e tantos anos poderia ser a juíza mais reconhecida do reino?

- Estou ocupada. Posso ajudá-los com alguma coisa minimamente importante?

- Elisa, o príncipe precisa de uma ajudinha sua… - enquanto estudante ruivo diz praticamente sussurrando, você percebe que, realmente, àquela baixinha é a tão temida Elisa.

- Não me importo se é o papa, se é o príncipe, ou o falecido rei! Já disse para não me incomodarem. - Elisa, com sua voz fina, fala duramente, porém, você não consegue levá-la a sério e solta um risinho discreto.

Todos olham assustados para você. Elisa direciona lentamente seu olhar para a sua boca sorridente.

- Algum problema, vossa majestade? - Ela diz.

- Sim, senhorita Elisa. Tenho um enorme problema, para ser bem sincero. Preciso recuperar o reino e acredito que a senhorita tem minha solução.

- Não tenho. - Ela fala e faz que vai fechar a porta, mas você direciona sua cadeira para impedi-la.

O olhar de Elisa incendeia em sua direção. Ela vira e entra novamente na sala. Você segue atrás da mesma e fecha a porta, deixando todos do lado de fora. A sala é um tanto assustadora. As paredes são pretas e decoradas com alguns arcos dourados e uma única mesa com uma grande cadeira encontra-se ao centro da sala.

Você repete a sua história. Enfatiza seu pedido e diz o quão importante é para você poder governar pelo seu pai. Elisa não muda a expressão e te lança uma resposta:

- Não posso te ajudar. Não tenho tempo para isso.

Muitas coisas passam pela sua cabeça. De que forma essa menina pode ser persuadida? Com dinheiro? Com mais argumentos? Com um sorriso de canto?